terça-feira, 29 de março de 2011

Respeito... por onde anda ele?

No cotidiano temos oportunidade de nos depararmos com essa pergunta diante de certas cenas que presenciamos. Certo dia, na universidade, alguém comentou comigo que, durante uma viagem a Portugal, foi criticado ao utilizar a palavra respeito numa frase que ele proferiu em uma conversa. Os portugueses diziam que no português brasileiro o significado dessa palavra havia se enfraquecido. Hoje, compreendi melhor essa frase ao me inquietar com uma manifestação tola e vazia que observei na sala de aula; então fui em busca da origem dessa palavra intrigante. Encontrei o seguinte: RESPECTUS, particípio passado de RESPICERE. RE =“de novo”+ SPECERE =“olhar”. A ideia é de que algo que merece um segundo olhar de consideração.

Interessante seria se todos concebêssemos a palavra respeito como um segundo olhar em relação a uma ideia, a um objeto, a um comportamento, a determinados traços de personalidade, às escolhas dos outros, a tudo o que é diferente do que somos, temos, valorizamos ou cremos, não seria? Assim poderíamos decidir olhar mais de uma vez para as coisas antes de opinar, criar polêmicas ou dar risadas preconceituosas. Eu sei que muitas vezes não faço caso do que não gosto ou não acredito. Ninguém é obrigado a gostar ou concordar com tudo, nem deve, pois se assim fizer perderá a chance de ser um humano essencialmente autêntico. Mas desprezar ou escarnecer ao outro por que ele não é parecido comigo é a completa ausência de respeito pelo próximo, que tem tanto direito de ser levado em conta quanto eu. Como diria Shakespare, "não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito." 

Mas falando da tal falta de respeito que me incomodou em sala de aula, foi sobre as risadas debochadas causadas pela delicadeza, suavidade e, por que não dizer, feminilidade nos traços de expressão de um rapaz que apresentava um trabalho. Não entendi do que se tratava aquilo além de uma típica reação de quem não entende e talvez não queira praticar o bem do respeito. Assim como todos, supus que o tal rapaz era homossexual, e nem por isso me achei no direito de rir do jeito dele de expressar quem é. Não estou dizendo que concordo, estou dizendo que eu e muitos outros colegas demonstraram consideração pela pessoa dele, pela dignidade e livre arbítrio que Ele tem. Eu, Débora, ainda quando criança, aprendi que "para com Deus, não há acepção de pessoas" (Romanos 2:11) e, refletindo sobre isso, entendo que nem mesmo Deus, que tem autoridade para julgar como lhe apraz por ser o supremo juiz do universo, não faz distinção entre pessoas, não exclui, não zomba das escolhas humanas, mas dá oportunidades para que o homem o conheça e opine pelos Seus padrões por perceberem que Ele o criou e que somente com Sua ajuda divina as pessoas podem chegar à caminhos de satisfação. Se Deus, que é Deus, mostra respeito pelas nossas escolhas ao nos deixar livres para buscá-lo ou não, por que nos tornamos quase incapazes de retribuir esse respeito? Não posso responder por você. Mas minha própria consciência avisa que eu não olho duas vezes para muitas coisas. Desprezar ou fazer disso uma risada é mais fácil. Enfim... "Se for falar mal de mim me chame, sei coisas terríveis a meu respeito." (Tati Bernardi) Rs!

Fica aí essa reflexão para todos nós. Vamos sempre fazer uma releitura do que fomos, somos e queremos nos tornar. A vida passa rápido e a única coisa que levaremos conosco é a forma como nos relacionamos com as pessoas e com o Criador.

Olhe de novo. E de novo. Mais consideração. Mais RESPEITO.
Assim poderemos requerer dos outros essa palavra que tanto desejamos para nós.





quinta-feira, 10 de março de 2011

Alguém

Certa vez, de bobeira no twitter, dei retweet uma frase que, certeza, se grudou em meu coração como um selo, um lembrete, um estalo de uma verdade que no fundo eu já havia considerado. A frase dizia: "Um dia alguém entrará em sua vida e te fará entender por que nunca deu certo com ninguém antes." Entendo o que isso quer dizer e por isso devo deixar no passado os amores que nele foram enterrados e continuar tranquilamente segura de que chegará o tempo em que meu sorriso não se conterá ao agradecer a Deus por, ainda que minha escolha tenha sido precipitar-me procurando meu amor com minhas falhas percepções, ter ali comigo, naquele melhor momento aquele alguém com quem não vai dar errado. Aquela pessoa falha e que as vezes estará errada, mas estará sempre certa de que enquanto for gente e enquanto estiver viva não desistirá de me amar, apesar de toda imperfeição que houver, das manias incômodas que eu possa ter, dos quilos que eu possa ganhar, do cansaço após um exaustivo dia de trabalho, das rugas e cicatrizes deixadas pelas preocupações e pelas aventuras de toda uma vida, apesar dos medos que eu tiver, das burradas que eu já fiz, independente da quantidade de cabelos que houverem em minha cabeça ou do quanto minha tpm me deixa sentimental, esse alguém não vai desistir de me olhar e enxergar o amor, e, por vezes, a paixão também. Conseguirá ver em meu sorriso um pedaço de sua felicidade, em um banho de chuva uma lavagem na alma, das minha música no banheiro um motivo para pensar em Deus, no meu carinho uma fonte de contentamento, na minha companhia um lugar favorável a ser alguém cada vez melhor. Esse alguém me fará entender o extraordinário acontecimento do encontro de duas pessoas - como já li em algum lugar - na imensidão do tempo e na vastidão do espaço, ligando-se a outra para o resto de suas vidas terrenas. Um dia, frente a frente, quando eu puder mergulhar nos olhos desse alguém, eu saberei que nenhum outro olhar poderia substituir aquela visão de amor perene. Um dia, será recíproco para esse alguém a sensação permanente de que somente ele basta para responder a tudo o que há de mais profundo, nobre, puro e ardente no coração de um alguém por outro alguém. Serão dois caminhos tornando-se um. Dois escritos fundindo-se em um só livro. Duas pessoas dividindo a mesma vida, andando de mãos dadas, sem largar. Quatro braços para abraçar as oportunidades de fazer duplamente o bem. Quatro pernas para irem aonde houver falta de motivo para viver ou razão para sorrir. Duas vidas misturando-se até que sejam uma só. Chegou um tempo em que percebi que minhas procuras nunca deram certo porque não havia sintonia entre minhas motivações e expectativas e o tipo de pessoa que seria apta para ajudar-me incessante e incondicionalmente a ser um exemplo de amor, um reflexo do caráter do Criador. Hoje eu sei que, em algum momento, alguém entrará em minha vida e me fará perceber que Deus tem sempre o melhor para mim. E que ao tentar escrever minha própria história, delineio-a com caneta de limitação e tinta de prepotência, determinando a transitoriedade de tudo o que parecer bom e frustrando-me com minha incapacidade humana de moldar meu destino e fabricar minha própria felicidade. Alguém um dia entrou em minha vida e me fez sentir inteira. É típico de Deus me propor a acreditar em coisas que não posso ver ou tocar, mas que posso sentir no coração. E eu sei... meu alguém um dia vem.

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Manaus, Amazonas, Brazil
Eu diria que sou alguém que busca um encontro diário consigo mesma, com seu Criador e com a essência da vida... o amor. Amor ao Deus que me habita, a mim mesma e às preciosas e singulares pessoas que me cercam ou que simplesmente dividem este planeta comigo. Eu diria que sou a necessidade de ter amor e o potencial de amar. Eu sou um coração e uma consciência em obras para fazer parte de um monumento que durará para sempre: a vida real.