sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quando as cortinas se fecham...

No palco da existência há a possibilidade de se encontrar todo tipo de personagem. Você já olhou bem em volta? O elenco varia a cada nova peça. O cenário muda a cada novo enredo. As máscaras dificilmente são as mesmas; e as roupas, elas sempre se adequam à história do momento. Nem preciso falar da maquiagem e dos textos, não é? Também não há necessidade de citar a multiplicidade de expressões faciais e gestuais que se podem utilizar. A gente encontra palhaços encenando sábios. Vê gente louca parecer sã. A gente vê pessoas vulneráveis salvarem o dia. Mas, quando as cortinas se fecham... quem é você, Maria? E João, afinal de contas, como é o seu rosto? Eu sou universitária, sou musicista. Não, Maria! Eu não quero saber o que você faz! Perguntei do que você de fato é constituída, a sua essência, seus traços de personalidade, suas falhas de caráter, suas manias, sua verdadeira face, limpa. Quanto à você, João, na boa... você se consideraria alguém íntegro? Ok. Vou perguntar de outro jeito. Você se sente vivendo de uma forma inteira? Você percebe a si mesmo um "cara limpa" diante da própria vida? Eu vou propor a vocês um momento Mito da Caverna*, de Platão... olhe para as formas da sua própria conduta e as silhuetas que você tem desenhado sobre si mesmo diante da vida, olhe em câmera lenta cada movimento que você observa do seu eu interior por um instante. Que fique entre nós... Eu cansei dessa traidora imagem que eu costumava projetar na minha própria realidade, essa infiel a quem eu chamo "pseudo vida". Quantas vezes ela me disse mentiras e eu a segui? Precisaria de mais dedos juntos do que os das mãos que aplaudiram Michael Jackson em todos os seus anos de carreira (risos)! É certo que nem sempre a forma como vemos a nós mesmos e até mesmo aos outros (ou a forma como nos sentimos diante disso), fala precisamente da realidade das coisas, das situações, das pessoas. Passei a confiar em Alguém mais confiável do que eu. E, já que já leste até aqui, posso arriscar um conselho? Não confie tanto em si mesmo! Sou fã do Renato Russo, mas ele estava errado quando disse que "se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo".  Por que, se fores humano como eu, tens a capacidade esquisita de enganar a você mesmo, justificar suas falhas e não admitir que você não é o que parece ser, às vezes. Mas você pode me dizer: os outros também, não... a vida é assim! Assim como? Falsificada? Plagiada? Não. Nada pode me prender ao que eu não quero ser. Quando me aproximei do Criador, vi minhas aparências derreterem diante do calor da sua verdade e integridade insuperável. Isso tem começado a acontecer diariamente. Chega a ser irônica a forma como ele me livra de mim mesma, sabia? É invisível e intangível, mas não é nada abstrato. Quando as cortinas se fecham, eu sou platéia. Se, como eu, queres ser inteiro, não se engane... é preciso confiar na aptidão divina de te livrar dos seus impulsos internos de mascarar à realidade à seu gosto. Você quer escrever sua vida? Ok, escreva. Mas se, porventura, chuvas torrenciais ou lágrimas mancharem todo o seu plano, como aconteceu comigo, lembre-se de que seu papel nesse elenco da vida já estava escrito antes de entrares em cena... você só precisa ser você.

 *Mito da Caverna: http://scm2000.sites.uol.com.br/mitodacaverna.html

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Eu diria que sou alguém que busca um encontro diário consigo mesma, com seu Criador e com a essência da vida... o amor. Amor ao Deus que me habita, a mim mesma e às preciosas e singulares pessoas que me cercam ou que simplesmente dividem este planeta comigo. Eu diria que sou a necessidade de ter amor e o potencial de amar. Eu sou um coração e uma consciência em obras para fazer parte de um monumento que durará para sempre: a vida real.